segunda-feira, 26 de março de 2012

Diversos - Luiz Calanca fala sobre a Messias Elétrico

Sob os cuidados da Baratos Afins



O nobre camarada Luciano Vanderley, jornalista e pesquisador alagoano em terras paulistanas, mandou avisar que visitou a sede da Baratos Afins para gravar um documentário sobre Luiz Calanca, o fundador da loja e gravadora que crava o nome na história do rock brasileiro desde o final dos anos 1970. De presente, ele nos brindou com essa foto bacana do nosso tutor. Valeu Luciano!

Imprensa - Resenha do disco no Diário do Grande ABC

Messias Elétrico aposta em rock autoral

Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC

Despontando de terras alagoanas, o quarteto roqueiro Messias Elétrico acaba de tirar da prensa seu disco de estreia homônimo (Baratos Afins, R$ 19 em média).

Formada por Pedro Ivo Araújo (voz e guitarra), Alessandro Mendonça (contrabaixo), Leonardo Luiz (teclado e vocal) e Fernando Coelho (bateria), a banda traz cinco canções autorais. As letras das composições são todas em português e o som aposta em inspiração típica setentista.

As harmonias das cordas se mesclam entre distorções e grooves. Bem arranjado, o álbum conta com boas pitadas de rock progressivo, a exemplo da canção 'Desejo, Loucura & Barulho'. Um dos destaques do projeto é 'Que Mundo é Esse'. Com linhas geniais de guitarra e contrabaixo, tem como pano de fundo a sonoridade do teclado.

Confira aqui o link original

segunda-feira, 12 de março de 2012

Imprensa - Messias Elétrico na lista dos melhores de 2011

A revista Roadie Crew divulgou a votação dos leitores para as listas de melhores do ano. O Messias Elétrico entrou na relação na categoria Revelação Nacional. Um brinde pra gente.















Confiram o link original aqui

domingo, 11 de março de 2012

Show - Messias Elétrico e Interrompidos

Messias Elétrico no Museu Théo Brandão - foto Eduardo Bahia
Nem tudo está perdido. Ontem a atual geração mostrou que há esperanças. Na faixa dos 22 anos - talvez menos, certamente não mais -, os integrantes da banda Interrompidos aceleraram os passos rumo a vida adulta ao produzir o show de lançamento do seu primeiro disco como gente grande.

Quem conhece o cenário musical independente de Maceió sabe das dificuldades e da nossa crônica falta de talento para tocar promissoras carreiras artísticas - afinal, o consumo musical massivo exige cada vez mais novas abordagens que extrapolam a habilidade de compor uma boa canção.

Felipe, Emerson e Lucas são novos, mas exímios representantes de sua tribo. De imeditato, percebe-se que preservam qualidades raras - e não apenas daquelas dadas como "em risco de extinção" nos jovens. São gente como o nosso Pedro Ivo Araújo, o intrépido guitarrista do Messias Elétrico. Ou, como diria o amigo Marcus Alves, são "garotões talentosos".

Foi Pedro quem informou que a banda Interrompidos nos convidara para participar do lançamento de seu EP de estreia. Logo de cara, uma boa surpresa: eles ofereceram cachê. Negócio fechado.

A data marcada foi 10 de março. O local do evento sinalizava bom presságio: o aconchegante pátio do Museu Théo Brandão. Um diferente sítio de arquitetura eclética (barroco, neoclássico e rococó), fora do circuito de bares e casas noturnas da cidade. Sem dúvida, uma sedução extra para atrair o público que, como todo mundo, adora uma balada num lugar diferente. O preço foi outro atrativo: apenas R$ 10. (Há quem acredite que se deve cobrar mais para - hipoteticamente - valorizar o evento. Eu já acredito que depende do caso. E nesse - o de uma banda relativamente desconhecida ao lançar o seu primeiro disco -, eu apostaria na quantia convidativa).

Enfim, ontem, ao chegar para a passagem de som, a formatação do palco agradou de imediato. Além da concha acústica, havia uma tenda para o bar e outra para a bilheteria. Seguranças, iluminação e tudo o mais como manda o figurino. Claro, há de se considerar que foi uma primeira tentativa, e aí, presume-se que alguns importantes detalhes passariam despercebidos. Contudo, nada que deixasse o saldo da noite negativo. Pelo contrário.

Na passagem, o som do lendário Reinaldo "Jagger" deu conta do recado. No papo com os novos colegas, só boas impressões. Educados, esforçados e, até certo ponto, dotados de um aparente e suave semblante de inocência. Ingenuidade que os fizeram "bancar" toda a produção do próprio bolso e confiar no público que, adianto, não foi numerosamente ruim e ainda atuou como um dos protagonistas da festa.

Messias Elétrico - foto Eduardo Bahia


A programação abriu com o Messias Elétrico às 22h. Na sequência veio o lançamento do videoclipe dos Interrompidos e, por fim, o show da banda anfitriã. Logo ao chegarmos, a presença surpresa de meu sobrinho Harrison, 12 anos, ao lado de pai, o amigo-irmão Marcos Damasceno, e do primo Emerson, garantiu minha satisfação com antecedência.

Em seguida, recebo o carinho e a simpatia impagáveis de Mário Lamenha, um querido que não via há meses. Após uma breve entrevista para o programa Vida de Artista, da TV Educativa local, noto o traço heterodoxo do público ao misturar bons e velhos amigos fãs de rock and roll com jovens fãs dos Interrompidos. Dizem até que o vocalista Cannibal, da banda pernambucana Devotos, estava por lá.

Enquanto recebemos a benção de Eduardo Bahia, Pastor Tsapa e de Alcione, reencontramos com meus mentores profissionais, Célio Gomes e Elexsandra Morone, numa das mais emocionantes surpresas do gostoso sábado de lua cheia. Ao seu lado, Aldo Jones manteve a palavra e nos prestigiou, numa rara saída para a night sem Aline, e no sacrifício de perder preciosos momentos com a amada filha Luísa.

O sempre animado Pablo "Professor" Suassuna carregava máquina fotográfica a tira-colo e garantia o registro audiovisual de qualidade - fato comprovado posteriormente ao revelar flagrantes da nossa performance.

Subimos ao palco as 22h30. De cara, Desejo, Loucura & Barulho saiu redondinha. Na emenda, com Sigo Cantando, a pegada cresceu, mas ao final, problemas na guitarra de Pedro Ivo deixaram o final da música sem o punch característico. Uma pena. Logo na introdução da novíssima WR 104, a guitarra falhou de novo e a música precisou ser interrompida. No palco, sentia-me confortável com a sonoridade, talvez a melhor entre todos os nossos shows. Por outro lado, os meninos não estavam em seus melhores dias - fato que, devido a seus talentos, passa longe de comprometer qualquer apresentação. Contudo, não raro, sentia um vazio deixado pela guitarra quando Pedro atacava nos solos. Alessandro Mendonça, um dos mais vigorosos baixistas de rock que já vi tocar, parecia levemente desconcentrado.

Guitarra aprumada e atacamos de The Last Groove, a nossa suíte progressiva com seus 15 minutos e quatro movimentos. Saiu redonda. Voltamos para WR 104 e emendamos com Tempo Bom, a nossa tentativa mais perto de uma música pop - talvez mais bem executada da noite. No telão, ao lado do palco, rodava um vídeo que preparei para apresentação com cenas intercaladas do filme A Arvore da Vida (de Terence Mallick) e do documentário The New World Order.

O desfecho veio com Que Mundo é Esse - com seu final arrasa-quarteirão - e a faixa-título Messias Elétrico. Sabemos que o som do Messias Elétrico é específico, direcionado para fãs do rock and roll clássicos, mas o público presente - educado e generoso - pediu mais uma. Mandamos a versão para Balada do Louco, dos Mutantes, e fechamos com a fresquinha Minerva, que ainda merece um burilamento no arranjo. Essas últimas foram registradas pelas lentes de Charles Nortrhup e Pastor Tsapa.

Enquanto o videoclipe dos Interrompidos rodava no telão, encontro com os queridos Dinho Zampier e Marcelo Cabral - animados e divertidos como sempre -, e recebo abraços afetuosos de André Meira e Laís Falcão. O onipresente Everaldo Borges registrava tudo para a posteridade. No bar, encontro com um dos nossos maiores apoiadores, Heric Ferraz, o Mr. Cuscuzeria, e desatamos num breve papo sobre o Festival de Jazz de Garanhuns que rolou durante o último carnaval.

Heric me fez lembrar que o público, como sempre, poderia ser mais numeroso. Numa noite sem muitas atrações na cidade, muitos chegados - nossos e dos Interrompidos - poderiam ter prestigiado. Nem vou citar aqui a lista dos faltosos - eles sabem quem são. Sem problema, fica para a próxima. :-)

No palco, o blues com a pegada BRock 80s dos Interrompidos chacoalhou os fãs da mais nova banda da cidade. Nem a chuva passageira ao final estragou a animação dos meninos, que estrearam de modo digno e promissor. Um exemplo a ser seguido pelas novas e velhas gerações.

Rock and roll!